31.1.12

Consumo consciente: vai um peixinho, aí? (parte I)

 Algo sobre o qual eu tenho muito interesse em discutir, mesmo porque eu ouvi diversas vezes durante a faculdade, é sobre nosso poder de consumidor. Principalmente de consumidor alimentar (um real consumidor).
Durante a maior parte do meu curso eu fui vegetariana, e não faço o gênero de pessoa que busca convencer os outros, mas ainda assim compartilhei algumas coisas com minha família. Quando voltei a comer peixe no ano retrasado considerei ainda mais importante relembrar de algumas discussões do curso (aliás, comer apenas peixe e não camarão já é um reflexo de discussões do curso).

Calma, a intenção não é ser uma chata. Sim, eu sou. A intenção é fazer a reflexão sobre aquilo que consumimos ao ponto do esgotamento.

Um filme que trata disso e é muito interessante é oThe end of the line” (página oficial), que infelizmente ainda não apresenta versões em português. O documentário trata da pesca, mas principalmente sobre a pesca predatória que chega inclusive a levar toda uma próspera comunidade a falência pelo desaparecimento de espécies.

Geralmente é neste momento que as pessoas gostam de se eximir da culpa e colocá-la sobre os pescadores. Epa epa epa! Quem liga o dispositivo é quem põe o peixe na boca.
Por exemplo, eu que moro em Florianópolis, cidade litorânea que consome muito pescado. Posso me dirigir ao Mercado Público Municipal e encontrar muitas vezes peixes que não poderiam estar sendo pescados naquele momento porque estão protegidos para desova. (Congelados? Aham... vai ver se todos são congelados!)

Poxa, mas como eu posso saber que peixe eu posso comprar porque não está  em risco de extinção? Qual eu posso comprar hoje porque não está em desova? É muito trabalho...
Pois é, pode parecer muito trabalho de início. Mas a gente aprende que Natal é época de comer peru, que os católicos não comem carne vermelha na páscoa, que às 20h30 começa o jornal Nacional e um monte de outras coisas que ficam ocupando espaço na nossa cabeça. Porque não lembrar do que possa garantir que o seu sushi de atum continue a ser comido nos sábados a noite?

                                                 A primeira dica é: NÃO COMER CAÇÃO.
Sim!!! Se ninguém quer virar comida de tubarão, espero que possa ajudar também a ele não desaparecer através dos nossos pratos. Muitas espécies tem tido suas populações diminuídas. Deste modo, o ideal é escolher outro peixe para o “cação ao curry”.

                                               A segunda dica: fique atualizado nos noticiários.
Sim... são anunciados os períodos de proibição da pesca ou liberação. Aqui pipoca no jornal sobre o início da pesca da tainha. E essa é a época legal (em ambos os sentidos) para comer e se fartar, mas permitindo que elas se reproduzam.

                                  A terceira dica: imprime essa tabelinha e cole na geladeira.
Cole na geladeira do lado da lista de compras e daquelas fotos penduradas pelos ímãs de geladeira de souvenir ou de Disk-pizza. Essa tabelinha dá as principais informações sobre as espécies ameaçadas pelo consumo. Com uma lista BEM GRANDE!

Depois disso, se você curte um peixinho... Bom apetite!
(num próximo post mais algumas dicas sobre consumo consiente de peixes)

Mais sobre "The end of the line": Oceanus Atlanticus e Pong Pesca
 
Tabela retirada de Diálogos de patrimônio

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Minima Color Base por Layous Ceu Azul & Blogger Team