6.7.12

Dizer adeus



Quando iniciamos algo na vida, sempre receamos. Mesmo que seja com vontade, com ansiedade. Bate aquele friozinho na barriga. O medo de dar errado. Pode ser iniciar uma viagem, num emprego, numa escola nova, num relacionamento, numa amizade, uma família, mudar de cidade... não importa.

Aí vem as coisas boas, as ruins. As reclamações e os sorrisos de satisfação.

Tudo que começamos, inevitavelmente possui um fim. E, embora ansiemos em algumas situações pelo fim, esta sempre costuma ser a parte mais difícil. Ao menos para mim.

Hoje foi um momento de fechar uma etapa da minha vida, de dizer um tipo de adeus. E como está sendo difícil.

Durante os últimos meses eu convivi com pessoas maravilhosas que me desafiavam todos os dias, me ensinavam. Faziam a minha semana voar com pensamentos, com dúvidas, com provas e trabalhos à corrigir, com planos. Sentir-se ganhar espaço, ver despontar resultados de apostas suas e, então. ter que dizer adeus.

Vou sentir falta de tudo. De estacionar o carro e olhar para o mar de Coqueiros. De chegar no portão e dar bom dia ao Fernando (e geralmente algum aluno do 8º ano). De passar pelos alunos do 1º e do 2º ano no corredor rumo à sala dos professores. De ver o Salésio na cantina. 

De fazer negociações com os alunos do 2º para sair mais cedo. Das piadinhas e união deles. 
Das conversas com o 3º ano de manhã cedo quando nenhum de nós ainda estávamos despertos o suficiente (e a Ana pedia para ver vídeo de qualquer coisa nojenta).
Do jeito do 1º ano, aquele que faz amizade aos poucos e com calma, mas profundamente (com exceção da Alice que me abriu portas e me ganhou na primeira aula).
Do esforço de muitos do 8º ano para sobreviver à confusão. De relembrar ao olhar para eles da profusão de hormônios e sentimentos dessa idade.
Do clima gostoso de uma turma pequena como o 6º ano, com crianças capazes de discussões tão maduras e, ainda assim, crianças.
Das diversões com o 7º, das travessuras dos meninos e da doçura das meninas (eia sala para se estudar questões de gênero!).

De bater-papo na recepção, das fofocas na sala dos professores no recreio, do apoio da Fran e da Georgia.

De praticamente tudo!

Porém, também tenho que agradecer todo o carinho e abertura que me deram. E eu espero que eu tenha infiltrado na cabeça de vocês (por osmose ou não) de que vocês SÃO MUITO INTELIGENTES! Vocês precisam aprender a exigir sempre mais de nós professores. Não passem pela escola só pelo aprendizado de sala de aula, mas suguem o máximo que puderem dele. Pode parecer que não servirá para nada (sabe, Igor...), ou talvez só para passar no vestibular. Não é verdade. 
Quanto mais aprendemos, conhecemos, melhor nos relacionamos com o mundo. Mais oportunidades surgem. Mais escolhas estarão a disposição. 

Acima de tudo (porque isso tá durando quase mais que minhas lágrimas), espero que lembrem que conquistaram uma amiga. 

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