23.9.12

[Resenha] Resposta certa - David Nicholls


Quando esse livro foi publicado aqui, eu fiquei desesperada para lê-lo. Afinal eu tinha ficado fascinada com Um dia do mesmo autor. Como eu costumo seguir o trabalho de autores que me encantam, não queria perder a oportunidade de ler Resposta certa.
Um tempinho depois do lançamento eu consegui adquiri-lo numa promoção, mas somente agora ele saiu do fundo do armário para a mesa de cabeceira e enfim se esmagou por um lugar na estante.

E quanto ao livro em si?
Digamos que a escrita de David Nicholls está lá, naquele jeito leve, que nos embala pelo cotidiano. É como se estivéssemos conversando com um amigo e ele nos contasse algumas histórias. Eu me sinto assim lendo os livros dele. Você não percebe o tempo passar.

Apesar de um pouco antes de iniciar a leitura eu tenha lido uma resenha não muito positiva da história, não desanimei e comecei gostando muito. Brian me fez lembrar em algumas falas do meu cunhadinho e também de colegas meus da época de escola.

(...) Dezesseis anos, e a primeira vez que me senti qualificado para alguma coisa.
Claro que isso foi há muito, muito tempo. Agora, tenho 18 anos e gosto de pensar que estou bem mais sábio e indiferente em relação a essas coisas. (...)

A verdade é que apesar de não me identificar com Brian, achar ele um babaca (Iris também achou. Oba, não aconteceu só comigo!) e ter vontade de estapeá-lo (Oba! Mais uma vez achei alguém que não me deixou perdida nessa! Obrigada Chel)... Eu pensava em pessoas que eu conhecia e eram como ele. Ficava com pena dele em algumas situações e curiosa com o desenrolar da história.
Ele cresceu numa situação frágil e agora está indo para faculdade, embora ele seja aquele trouxa (feio, nenhum gênio...), ele realmente se acha o máximo! Talvez não o tempo todo, é que em alguns momentos ele se acha muito mais do que é.
Isso me irritava um pouco. Como ele não conseguia enxergar as coisas? Como ele não enxergava que tudo que ele acreditava ser era uma representação constante?

Só que Brian não foi o grande problema do livro para mim. A grande questão era Alice. Eu terminei o livro sem compreendê-la, sem entender seus reais interesses ou aonde queria chegar. Formulei mil hipóteses.

Definitivamente é um livro divertido, que faz você relembrar da época da adolescência, da transição, das burradas que comete, dos amores inexplicáveis, etc, etc, etc. Ainda assim, concordo com quem disse que é um livro morno. Engraçado e quase vazio. Como as comédias que gostamos de assistir na Sessão da tarde ou num fim de semana preguiçoso.
Não enxerguei todos os elogios feitos a ele.

Gostei muito foram das perguntas no início de cada capítulo, ficava curiosa imaginando a relação delas com o que viria a seguir. E o fato de que essa relação era sempre diferente em cada capítulo. Podia ser relacionada há um fato vivenciado, ou com um livro que Brian tivesse lendo. (Marina de Minha vida por um livro também ressaltou esse aspecto)

O problema é que as perguntas nos faziam reavivar todo o tempo o grande evento, o Desafio universitário. Acontece que ele não passa perto de ser tão importante na história, o romance (ou tentativa de romance) de Brian e Alice monopoliza tudo. O desafio serve apenas como desfecho.

Acredito que poderia ser melhor, algo se perdeu no meio de tudo, no meio das estupidezes de Brian (como bem disse a Ju Neves, o que era engraçado no começo foi ficando cansativo). 
Mas a leitura valeu a pena, com certeza. Como em Um dia, viajamos nas referências da época.

Acho também que merecia uma nova revisão, porque haviam muito errinhos que eu não costumo encontrar nos livros da Intrínseca.

Para quem acha que só houveram críticas medianas, não se engane, teve quem considerasse o livro praticamente perfeito. Foi o caso de My book lit.

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