14.11.12

[Resenha] Belo desastre, o livro que devastou meu coração



Para quem não sabe todo meu drama em cima de Belo desastre, eu vi esse livro pela primeira vez na caixinha do correio da Aione. E fiquei fascinada! Ele tinha uma borboleta no vidro (eu tenho uma borboleta no vidro e sou maluca por elas), um título que me cativava, uma capa que me tocava pelos tons de cinza (além da borboleta).
E eu tinha recém lido Desastre, que eu havia comprado justamente porque as asas na capa sem alguém no meio me davam uma sensação de asas de borboleta. E ambos pareciam tratar do desastre que o amor pode gerar nas nossas vidas.

Eu nunca - NUNCA - fiquei tão fissurada por um livro. Eu já fiquei muito afim, fiquei com muito desejo pela sinopse e tal. Só que eu nem sabia sobre o que era, só que era um romance. E aí eu vi a resenha da Paola. E a coisa ficou pior. Ficou tão feio que eu cheguei a um ponto onde não lia mais resenhas desse livro, porque eu ficava mal de ainda não possuir ele. Eu tava com fissura, abstinência... Sem sequer ter provado.

Eu finalmente comprei o livro e reservei uma data especial para começar a leitura: o meu aniversário!
Isso não aconteceu, porque não terminei A dança dos dragões, que era outra paixão. Quando eu comecei a ler Belo desastre, ele foi mais do que eu esperava. Ou tudo que eu ansiava (e sim, eu vejo muitos defeitos nele e na sua história). Eu só não faltei a academia para continuar lendo, porque eu fiz musculação com os olhos grudados nele. E ainda tive que responder "como eu conseguia contar e ler".

Eu me desmanchei e me recuso a falar qualquer coisa sobre o enredo aqui, até porque há inúmeras resenhas que tratam disso e eu deixo o link no final. Eu quero só compartilhar a sensação que ele deixou, tão avassaladora quanto antes de ler.
Eu penso no Travis durante meu dia, eu me pego questionando Abby, eu relembro as frases maravilhosas no meio das páginas... Eu estremeço só de lembrar em como eu solucei de alegria e dor.
É difícil colocar em palavras, principalmente num local público como um blog (calma! não se assustem!), entretanto, eu me identifiquei demais com o texto de Jamie Macguire. Parecia que ela me conhecia, que sabia os pontos que me tocavam, as palavras que me faziam arrepiar e as rasgavam por dentro, eu me senti fazendo uma terapia. Eu estava sendo analisada enquanto lia. Eu e a Abby. A autora chegou ao ponto de me descrever e incluir na Abby passagens que também eram o meu extremo oposto. Não havia meio termo. Ou a Abby era eu, ou ela era o que eu não suportava, o que eu repudiava.

Travis (esqueçam o badboy que faz sucesso com as mulheres), o homem, fez o mesmo. Ele era tudo que eu queria, com as explosões e as impulsividades, os desejos do fundo da alma, a incompreensão eterna no desejo de se doar. E era o que de mais repulsivo poderia ser para mim: possessivo e violento (NOTA AO FIM DA RESENHA).

A possessividade é a única coisa que me faz realmente desejar demais uma sequência na história (não porque eu não queira mais, mas porque a história se bastava). Eu acho que precisa explorar mais mesmo ou seria um ponto contra para carregarmos conosco.

O resto nos embala fazendo-nos ignorar qualquer defeito que o livro possa oferecer (como um final medíocre, cuspido para finalizar um impasse). Ele é uma montanha-russa num vai e vem de emoções. Ele segue exatamente a linha de emoções de seus protagonistas, revelando aos poucos os mistérios de Abby, explodindo e quebrando tudo com Travis, gerando problemas e conflitos internos como a mente dos dois. O romance entre eles se desenvolve com a vida de Abby, principalmente, e não apenas por ser ela a narradora. Vemos no romance a construção e destruição de peças da sua história.

Recomendo! Pode não ter sido o melhor livro que já li, ou o melhor livro do ano que li.
Definitivamente é o que mais mexeu comigo, desde A hora do amor.

Refaço a observação de que o livro não é perfeito. E aí explico minha avaliação máxima com o que eu disse antes: ele nos carrega de um jeito que não conseguimos prestar muita atenção nos defeitos, apenas quando você termina e passa a refletir sobre. Se alguém consegue trabalhar sua escrita dessa forma, eu sou obrigada a dar o crédito da última estrelinha.

Em primeiro lugar… eu tenho critério, sim. Nunca transei com uma mulher feia. Nunca. Em segundo lugar, eu queria transar com você. Pensei em te jogar no meu sofá de cinquenta maneiras diferentes, mas não fiz isso porque não te vejo mais assim. Não é que eu não me sinta mais atraído por você, só acho que você é melhor do que isso.

 Gosto das palavras da Fernanda do Viagem literária "eu não quero um Travis para mim, mas eu não viveria sem um Travis na minha estante".
Ao contrário da Cida do MoonlightBooks, eu compreendo a Abby, e não acho que ela se faz de santa. Acho que ela tem um "quê" de inocência mesmo com sua história de vida e toma algumas atitudes por imaturidade.
Gosto do destaque que a Anna do Pausa para um café dá para a parte "sexual" do livro. Ela existe sim e é bem presente, com descrições pormenorizadas, porém longe de ser um livro erótico. Ele é "preto no branco" emoções e ações. E, para quem não tem problemas com isso, acho que várias das melhores cenas são as cenas de sexo, onde a autora conseguiu (nem eu consigo colocar em palavras) real e doce, foge do erótico para mim. Difícil explicar, só lendo.
NECESSÁRIO LER a resenha da Duda do BookAddict que aborda muito do que mais me incomoda no livro (não que não possa ser abordado, mas jamais glorificado) que é o relacionamento possessivo e a violência. Eu nem quis falar demais, porque eu acho que aqui ela consegue explicar direitinho o que eu penso (embora eu tenha amado o livro). A mesma opinião é dada pela Gi do Dicas da Gi com menos explicações.



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