21.11.12

[Resenha] A moradora de Wildfell hall - Anne Brontë



No começo do mês eu ganhei de aniversário do Diego o 6º livro da minha meta de 7 clássicos em 2012.
Um dos motivos pelo qual eu tive que pedir o livro aqui no blog, é que não havia nas bibliotecas um exemplar em português, aliás, essa é a única edição que eu encontrei à venda atualmente.
Isso me faz ressaltar alguns pontos que não condizem com a obra, porém que diz respeito à leitura.
A Landmark me decepcionou muitissíssimo (como diria o Chaves). Eram erros de tradução muito gritantes, que causavam confusão. Eram muitos problemas na edição do teto (havia inúmeros hífens no meio do texto e das palavras). Parecia até que haviam jogado o livro num tradutor online e feito algumas revisões bem superficiais.
Cheguei ao ponto de ler umas cinco vezes um parágrafo que dizia que fulano era filho do seu padrinho e eu nem sabia quem era o padrinho. Na página seguinte, eu descobri que fulano era na verdade o padrinho do filho.
Deixo aqui meu pedido de reedição e melhoria para a Landmark (e eu gostava mais quando na edição bilíngue, o texto em inglês vinha na lateral da página). (outras críticas aqui)

Eu não havia lido outro trabalho da terceira irmã Brontë, e eu gostei bastante. A escrita dela se assemelha mais de Chalotte do que de Emily, ainda assim é diferente.
Anne traz a religião com muita força ao texto através da crença de seus personagens (semelhante a Jane Eyre) e de um jeito que nos faz perguntar se ela não está sendo irônica. Afinal, Helen, sua grande personagem crê fielmente que devemos agir conforme Deus nos indica. Entretanto, ela sofre tanto que parece uma piada do destino.

A narração é conduzida de dois modos, primeiramente conhecemos seguimos a narração de Gilbert Markham através de cartas ao seu cunhado, de modo retrospectivo. Alguns capítulos, no entanto, não estão assinados como cartas.
Em determinado ponto da história, a narração do Sr. Markham é interrompida para apresentar a história através do diário de Helen, a misteriosa moradora de Wildfell Hall. E a história finaliza retomando do que seria o "presente" (só que relembro que o narrador está escrevendo a carta relembrando o passado) novamente pelas palavras de Gilbert e seu ponto de vista.

Embora o livro tenha sido escrito há um século e meio atrás, a leitura se mostrava extremamente atual. Eu li após Belo desastre, e ficava refletindo em como Travis é o tipo de rapaz por qual as gurias costumam suspirar e querer que mudem por elas.
Digamos que Helen é exatamente esse tipo de mulher, atemporal. Que embora extremamente madura, inteligente e sábia para uma jovem de dezenove anos, acredita que um casamento será algo grandioso se ela for capaz de transformar um homem em alguém bom e no caminho de Deus.

Mesmo com todo o mistério (o que me impedirá de falar demais aqui), eu achei extremamente previsível toda a história, não me causou surpresas fato algum. É muito raro que tudo que aconteça seja exatamente como se espera, mas essa leitura ocorreu assim.

Não é o trabalho Bronteano que eu mais tenha gostado, ainda assim acho que é uma leitura agradável e essencial para quem gosta de clássicos ingleses. E se tiver fluência em inglês na leitura, aproveita e leia o original.

Algo que me fez pensar muito, foram as escolhas e convicções de Helen para criar seu filho Arthur. Criativa, com razões em alguns fatos e não em outros, embora sempre justificados pela história de vida da personagem.



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