Uma das minhas metas (já em 2012) era possuir um dia do cinema, que era um dia fixo na semana. Percebi que era bobagem e passei (ainda estou) por uma fase em que estava meio desempolgada de ver filmes (parece milagre!). Decidi retomar para esse ano a mesma meta, e comecei quase descumprindo, compensando em dobro.
Sábado foi dia de assistir dois filmes que eu estava curiosa para conferir desde seus lançamentos nas telonas: Redenção e Compramos um zoológico.
Redenção - Machine Gun Preacher / 2011 / Marc Forster / 129 minutos
Eu vi o trailer (e embora o Diego ache que eu apenas tenha tido interesse no Gerard Butler) e fiquei muito interessada na história.
Um criminoso, usuário de drogas, sai da cadeia e descobre que sua esposa não é mais stripper porque virou evangélica. Ele não consegue conceber que agora ela ganhe menos para trabalhar num supermercado porque não acha digno ir ganhar as gorjetas para dançar e tirar a roupa.
Eis que o cenário muda, ele também se converte e muda de vida. Sam Childers consegue mudar a sua vida e de sua família trabalhando com construção, mas a verdadeira mudança ocorre quando um pastor missionário na África vem à Igreja e ele decide seguir os passos do pastor. Ele descobre o horror da guerra que está instaurada no sul do Sudão e norte de Uganda, e percebe que quer ajudar as crianças da região.
O filme é incrível, simplesmente pelo fato de que é real. Tão real que mostra quão incrível Sam pode ser e como ele também pode se perder no seu objetivo de salvar as crianças. Que o limiar entre se doar e se perder é muito pequeno.
Um dos diálogos mais marcantes para mim é quando a esposa dele diz que ele é tudo para aquelas crianças, mas também é tudo para a própria família. E eu confesso que é tão brilhante porque eu no lugar dele não saberia como me portar, provavelmente estaria até hoje ponderando o que fazer.
Acho que é um filme que é imperdível pela sua história, para vermos os milagres que podemos operar em nós mesmos e pelos outros, quando muito do que fazemos é nos auto-destruir. Refletir se trocarmos o celular é mais importante do que investir dinheiro em outras ações. (RECADO PARA O RAFAEL MAIORAL: eu não sou contra repartir o que temos com os outros, viu? Só acho que o modo como essa doação ocorre, que ela não deveria existir. Bom, acredito que já entendemos nossos motivos. Acho que o filme também pode servir para refletir o limiar e as causas dos conflitos)
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Compramos um Zoológico - We bought a zoo / 2011 / Cameron Crowe /124 minutos
Aí eu já aproveitei e emendei nesse filme que eu estava bem curiosa para ver. Eu já li o livro e não gostei muito, principalmente pelo autor (um jornalista!) não ter conseguido conduzir bem o relato.
Confesso que embora ache uma história intrigante e que o filme tenha ficado bem família, Hollywood melhorou o modo como a história é contada, porém as mudanças realizadas ficaram muito menos emocionantes que a história real.
Bom, isso não modifica as coisas, mas Benjamin Mee é britânico e compra um zoológico na Inglaterra, embora aqui a história seja americana. E embora seja um jornalista, ele não é lá um repórter louco alucinado por cobrir apenas aventuras insanas (é essa a imagem que passa). E embora tentem colocar a sua paixão por bricolagem no filme, ela não ficou muito evidente ou 'explicada'. Afinal, colocar o zoo em forma vem em grande parte por essa paixão.
O que eu achei que decaiu na história foi a tentativa de romancear a história do jornalista com a tratadora-chefe (não é spoiler, você adivinha isso no momento que Scarlett Johansson aparece). É porque no filme ele compra o zoo após a morte da esposa, enquanto que no livro ela falece durante o projeto de reestruturação do local. E a relação familiar e como tudo isso está intricado foi um dos pontos altos dessa história real. Sem falar que enquanto o Bejamin do filme gasta sua grana da herança na compra, na vida real a família se uniu na proposta dele com a herança de todos para fazer o sonho se tornar realidade.
Acho que foi uma perda gigante não terem aproveitado isso para criar um romance água com açúcar sem muita razão pra ocasião.
Ah, e as muitas frias que eles enfrentaram no livro (e portanto, na realidade) foram melhor roteirizadas nas páginas da vida do que na tela. As aventuras se resumiram a uma fuga e alguns pequenos problemas. Bejamin Mee passou sufocos bem piores do que os retratados na versão do cinema.
Não é um filme ruim, como eu disse, bem família, para relaxar. Não assistiu? Não perdeu nada não.
Melhores coisas na versão do cinema foram a relação conturbada entre pai-filho nessa fase sem a mãe, e a mudança de vida de um adolescente em crise para um local isolado. E, obviamente, a personagem Rosie (Maggie Elizabeth Jones) com um charme, uma carisma e uma atuação impecável para alguém tão pequenininha. E ela de uniforme do Zoológico ficou parecendo uma bonequinha.
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