5.1.13

[Resenha] Não conte a ninguém - Harlan Coben




Título: Não conte a ninguém
Título original: Tell no one
Autor(a): Harlan Coben
País: Estados Unidos da América
Ano publicação: 2011
Editora: Arqueiro (também ARX e Sextante)
Páginas: 256


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(5/5)


Dr. David Beck vive seus dias na desesperança de superar o assassinato de sua esposa no dia em que comemoravam o aniversário de seu primeiro beijo.
Eis que na aproximação da comemoração do fatídico dia descobrem enterrados na região dois cadáveres que podem estar relacionados ao crime, e que estão fazendo a polícia acreditar que Beck foi o autor do crime.
Para complicar, o médico recebe um estranho email contendo informações que só sua esposa e poucas pessoas conheciam.


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Há mais de um ano eu assisti a adaptação cinematográficafrancesa desse livro e fiquei extasiada. O meu comentário foi de ‘era tão bom que parecia um livro’. E eu descobri na semana seguinte durante a aula de francês que era um livro. Mas, americano.
Foi o motivo que me levou a presentear meu pai com um exemplar e decidir que eu já era fã de Harlan Coben sem sequer ter lido uma obra dele.
Eu comecei a leitura por Quebra de confiança que não me agradou tanto (principalmente por conta de seu protagonista). Mas, mantive a fé e insisti na leitura de Não conte a ninguém para janeiro no Floripa Book Club. E valeu a pena.


A narração, que inicia em primeira pessoa no tempo presente com David Beck, faz com que nos aproximemos do personagem. Beck é alguém romântico, mas que aos 25 anos (quando ocorre a tragédia) gostava de disfarçar e achar brega o romantismo. Pura fachada. Fica claro!
É compreensível, já que ele vive um romance dos cinemas. Um relacionamento que surgiu na infância e perdurou até a vida adulta mesmo com a incredulidade do casal.
Aí a narrativa se alterna com a terceira pessoa quando vivenciamos momentos de outros personagens. Algo que eu ficava me perguntando se alguns capítulos davam indícios fortes do que viria a seguir, ou se geraria confusão caso eu não soubesse já o desencadear da história (eu não me lembrava dos detalhes, mas conseguia ir rememorando conforma avançava as páginas).
Uma narrativa tão fluida, tão gostosa que você não quer largar o livro enquanto não souber qual será o próximo passo. O que ocorrerá com aquele médico com a vida destroçada que se vê vivenciando um filme de ação.
Aliás, créditos para o autor que conseguiu a façanha de me divertir horrores com os comentários mais realísticos possíveis, dizendo que quando nos encontramos em situações relacionadas a crimes ou à polícia, nos lembramos das únicas referências que possuímos na vida: os filmes. E Beck é extremamente autêntico quando afirma ‘ e foi exatamente o que fiz, como nos filmes’.

Já ficou claro que eu adorei a construção do protagonista. Porém, não foi apenas ele que me encantou. O casal homossexual, Shauna e Linda, foi um trabalho tão bom quanto o que havia me conquistado na telinha. Embora, eu tenha sentido falta de um pouco mais sobre Linda, já que ela é uma irmã com uma forte relação com o irmão.
Todas as reflexões que Beck faz no seu universo do trabalho, que são ainda mais fortes quando se estreita a relação dele com Tyrese, são brilhantes. Sobre os julgamentos, o tipo de pessoas, quem você consulta sobre determinado assunto. Isso me fez lembrar o que eu mais gosto em As crônicas de gelo e fogo, os personagens não serem ‘mocinhos e bandidos’, eles são humanos com defeitos e qualidades, pessoas que agem de modo incorreto para realizar boas ações, pessoas que agem de modo legal para realizar atrocidades. Pessoas.
Harlan Coben não faz esse panorama tão bem, ainda há os personagens bons e os maus, entretanto ele traz à tona essa reflexão.

Por fim, o enredo emocionante. Uma trama bem construída, sem furos. Ops! Seguindo as ideias dos policiais do livro, com menos furos e com fundamentação. Nada encaixa demais nas justificativas. Enfim, um policial muito bem construído. Recomendadíssimo.

A edição que eu li foida Arq ueiro, que tem uma capa que eu curto, clean sem ser feia. A diagramação é simples e não percebi nenhum erro de revisão.
Parabéns, editora!

Sei que muita gente já leu... Quem gostou?



 Para mim o único defeito do livro está nas últimas páginas, algo que acredito que tenha desapontado também a Fernanda do Viagem literária (pelo o que lembro no filme é diferente). Excelente resenha do livro e supercompleta feita por Ednelson do Policial da Biblioteca, quem também adorou foi Fabiane Ribeiro (a autora que teve livro resenhado essa semana aqui). Cida do Moonlightbooks também achou as várias reviravoltas da história fascinantes.

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