27.2.13

[Resenha] A vida secreta das abelhas




Título: A vida secreta das abelhas
Título original: The secret life of bees
Autor(a): Sue Monk Kidd (site)
País: EUA
Ano publicação original: 202
Editora: Ediouro
Páginas: 304




Quer comprar? Compare os preços aqui!

(4/5)

----------------------------------------------------------------------------------------------


Mais um da temporada de livros que descobri através do filme. E bom, encontrei ele por acaso na biblioteca. Aliás, é bem possível que eu jamais tivesse pegado nas mãos se não fosse por ter assistido a versão adaptada com Dakota Fanning, etc etc que assisti o ano passado e falei aqui.
Por coincidência ele preenche o requisito do Desafio realmente desafiante que eu já cumpri esse mês. Mas também completa vários outros (como o número de palavras do título), mas escolhi o item

17. Ler um livro que tenha um personagem com o seu nome ou que tenha o mesmo apelido que você.  

Tá certo que eu dei uma adaptada. Ela tem na verdade o nome semelhante ao meu apelido Lily - Lili (mas eu acho que tá valendo!)

---------------------------------------------------------------------------------------------- 
Breve sinopse


Lily Owens cresceu numa fazenda vendendo os pêssegos de seu pai. Pai que sequer parece pai, é apenas T. Ray Owens. Ela sonha com a mãe que faleceu quando ela ainda era pequena.
A imagem da mãe ausente que ela idealiza, os maus-tratos oferecidos pelo pai e o desespero de ver Rosaleen ser espancada por ser negra e ir fazer seu título eleitoral impulsiona ela para fugir de casa. É quando ela parte para Tiburon e irá se abrigar na casa das "irmãs do calendário" e passará a amar as abelhas.
----------------------------------------------------------------------------------------------

(...) As histórias devem ser contadas, senão morrem; e, quando morrem, não nos lembramos quem somos nem por que estamos aqui.
p. 111

Como não faz tanto tempo que assisti ao filme e ambos tenham a história muito semelhante, eu lia a história com flashes das cenas na cabeça.
É um daqueles livros que não vai agradar todo mundo. A escrita é lenta e em primeira pessoa, sendo uma retrospectiva da narradora. Os fatos acontecem bem devagar, embora aconteçam tantas coisas em determinados momentos que nos surpreendemos quando ela diz "estou aqui há uma semana". Como assim?
Mas é bem condizente sim, retrata que quando estamos vivenciando algo novo há tantas coisas acontecendo que ao descrevê-las parece que se passaram anos. Ou seja, nós ficamos sabendo parte por parte da história e dos pensamentos da protagonista que é uma menina de 14 anos.

Junto com uma história de uma garota maltratada pela vida (não só pelo pai), que acredita que o único amor que pode receber virá de uma mãe que já morreu, que se culpa pela morte da mãe, que sofre discriminação dos jovens de sua idade pelo modo que se veste e se comporta, que acredita que seu futuro são sonhos sem futuro. Ufa! Bem, temos um período histórico retratado que é quando se buscava acabar com as dificuldades dos negros de votarem. Um momento em que o preconceito ainda era muito intenso.

Destaco que as melhores partes para mim são as reflexões relativas as diferenças de cor de pele. Eu não digo nem étnicas. Porque na maioria das vezes elas se refletem à comparações feitas sobre ser branca e ser negra, principalmente pela cor da pele e o que isso representa.

- Mas ela é branca, August.
Foi uma grande revelação - não o fato de eu ser branca, mas o fato de June talvez não me querer ali por causa da cor da minha pele. Eu não achava isso possível, rejeitar uma pessoa por ela ser branca. (...)
p. 92

A fé também está bem presente na história, de um modo bem diferente. 
Escutamos as comparações culturais entre as cidades que são Batistas e as Católicas, aqui encontramos a casa das irmãs Boatwright que seguem um culto diferente. Elas reverenciam Maria, mãe de Jesus. E um dos modos de reverenciá-la é através do mel das abelhas que cultivam e utilizam para sustentar a família.
Não é apenas a relação que se estabelece que é peculiar, mas todos os personagens da casa são realmente interessantes.

- May, June e eu seguimos o catolicismo da nossa mãe e misturamos nossos próprios ingredientes. Não sei que religião é essa, só sei que nos convém.
p. 94

-Você devia ter visto as Filhas de Maria na primeira vez que puseram os olhos nesse rótulo. Sabe por quê? Porque ao olharem para ela, lhes ocorreu pela primeira vez na vida que a divindade pode ter pele escura. Todo mundo precisa de um Deus que se pareça consigo, Lily.
p.145


Não é o melhor livro que li, não há nada de absolutamente extraordinário nele. Ele simplesmente possui uma história com a qual podemos nos identificar vez ou outra, com superação e coragem, traz a floração da adolescência e a ideia de que amor familiar pode surgir de modos diferentes e com tempos distintos. E tem trechos marcantes que nos fazem refletir.

(...) A gente pensa que quer saber uma coisa, e quando sabe, tem vontade de tirá-la da cabeça. Dali em diante, quando me perguntassem o que eu queria ser quando crescesse, planejava dizer amnésica.
p.251



Um pouco mais: Em Tem no meu quintal, uma resenha mais completa em Recriação, resenha que traz um fato curioso do nome da mãe de Lily em Pensamentos de uma batata transgênica.

Essa resenha fez parte do Desafio realmente desafiante de 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Minima Color Base por Layous Ceu Azul & Blogger Team