1.5.13

[Resenha] A casa das orquídeas




Título: A casa das orquídeas
Título original: Hothouse flower
Autor(a): Lucinda Riley (site)
País: Irlanda
Ano publicação original: 2010
Editora: Novo Conceito
Páginas: 560






(3,5/5)

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Livro com título e capa lindíssimos, que vi algumas resenhas que me instigaram a querer muito comprá-lo, que me sugeriram um romance encantador.
Poderíamos ter nos dado melhor.

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Breve sinopse

Júlia Forrester retorna para a Inglaterra após a tragédia que abalou sua família. A famosa pianista sofre novamente nas proximidades da propriedade de Wharton Park, onde seus avós trabalharam e ela passava tantas horas na estufas com o avô.
Kit Crawford, o novo proprietário foi um dos primeiros a ouvi-la tocar e acaba descobrindo um diário na casa do avô de Júlia que revela parte da história da propriedade. História que apenas sua avó ainda conhece, de um romance durante a Segunda Guerra Mundial e que afetou a vida de muitos.

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O livro começa bem. A escrita da autora não é fantástica, não é brilhante, mas agradável.
As referências botânicas contribuíram para meu envolvimento inicial, afinal esta é a profissão do pai de Júlia e Alícia.

Júlia acaba de perder a família, uma jovem que se afastou do pai e da irmã na vida adulta até mesmo devido a dor da perda da mãe quando ainda era jovem. Ela se vê refugiada e sem forças num chalé próximo a propriedade em que adorava passar os dias quando criança.

Lá ela começa a voltar para a vida ao reencontrar um jovem daquela época e novo proprietário. Kit Crawford.

O romance é óbvio, e Kit faz muito bem o seu papel de mocinho galante e encantador. Ele tem todos os motivos para compreender o estado de Júlia. Torna-se o parceiro ideal para se reerguer, coisa que sua irmã não consegue fazer por ela.

- A resposta é que não há como ajudar aJúlia - Kit serviu mais vinho para Alícia. -Todos querem fazer alguma coisa, mas, na verdade, ninguém pode fazer nada. O carinho que oferecemos, por amarmos a pessoa que está sofrendo, só faz essa pessoa se sentir culpada por não poder retribuir. O que lhe coloca mais pressão para melhorar.E, é claro, ela não consegue lidar com isso e,assim, se esconde ainda mais dentro de si mesma - Kit olhou para o fogo e suspirou. -Alícia, acredite. Fique ao lado de sua irmã,mas entenda que só a Júlia pode ajudar a Júlia.

A história poderia ter se encaminhado bem seguindo pelo rumo das relações e superações. Mas surge o diário e o suspense de uma história de amor durante a Segunda Guerra Mundial.
Pois é, mais um tema interessante. Poderia dar resultados o modo como essa história se entrelaçaria com a original.

O problema é que o livro virou uma novela mexicana. Júlia é bonita e rica, bem sucedida profissionalmente, tem um dom. A perfeita mocinha das novelas, aquela com a qual tudo dá errado. O tempo todo.
Chega a cansar. E lá pelo terço final realmente a autora traz uma reviravolta muito besta.Que não me convenceu. Algo que veio para estragar o que já me parecia que estava melando no começo.
Explico-me em partes, mas é que Júlia perdeu o marido de quem sente tanta falta. Ela fala com imenso amor sobre ele e o romance de ambos, quando Kit surge, ela começa a despontar defeitos no marido morto.
E, sinceramente, não é que a gente não fique um pouco cega quando apaixonada. Só que a autora não precisa transformar o marido em alguém não tão bom para Júlia descobrir um amor em Kit. Ela pode voltar a amar ainda assim. Para mim essa deveria ser uma boa mensagem no livro. E já começa aos tropeços.

Depois, ao vermos narrada a história de Olivia e Harry Crawford, voltamos a novela mexicana. E vou deixar o suspense. Porém a bem da verdade é que fiquei muito irritada com o excesso de problemas e sofrimentos. Eu tinha vontade de dar um tiro na Olívia e ver a pobre livre das situações de montanha-russa a que foi imposta.

Para mim o livro é a prova que menos é mais. Se os livros fossem divididos nas histórias, ou se tivessem menos 'rolinhos' dentro de sua trama, teria me agradado imensamente mais e me convencido, mesmo que eu discordasse da visão que a autora tenta passar (se quiserem entender melhor minha confusão de sentimentos e pensamentos com o modo como a autora exalta alguns personagens, leia a resenha de Guardiã da Meia Noite, mas aviso que ela adentra um pouco na história).

Ainda assim preciso exaltar o esmero de Lucinda Riley nas descrições, ela realmente nos faz ver a casa, os jardins, a cultura local, sentir os aromas. Ela faz isso com primor nos levando a conhecer diferentes paisagens e nos encantarmos com elas.

É um livro que não achei péssimo, mas que não recomendaria facilmente a alguém 560 páginas de algo que não achei fantástico. Honestamente. Ainda assim gostei imensamente da trama das relações familiares e das conclusões das mesmas, em especial com Julia e sua irmã Alícia.

(...)Eu aprendi a lição mais importante que a vida tem a oferecer e fico feliz por isso. Tudo oque temos é este instante.

Se quiserem ver outras resenhas mais empolgadas: Livros, filmes e conversa fiada (tem um pouquinho de spoiler sobre o marido de Júlia no fim), Abrigo literário, Bookeando.

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