29.5.13

[Resenha] @mor ou Quando sopra o vento norte




Título: @mor
Título original: Gut Gegen Nordwind
Autor(a): Daniel Glattauer
País: Áustria
Ano publicação original: 2006
Editora: Suma de letras
Páginas: 184






(4/5)

----------------------------------------------------------------------------------------------

Desde que eu a primeira vez essa capa e me recordei daquele filme que eu adoro com Tom Hanks e Meg Ryan (Mensagem pra você) que surgiu na época da explosão dos chats, fiquei curiosa pelo livro.
Aí comecei a ver resenhas e me encantar, percebendo que ele ia além do que eu esperava. E seu texto era muito elogiado.
Desde o ano passado ele vem aguardando na estante a vez dele que chegou...

---------------------------------------------------------------------------------------------- 
Breve sinopse

Emmi Rothner envia um e-mail solicitando o cancelamento de uma revista que acaba sendo enviado para Leo Leike. Eles não se conhecem, mas esse engano dá início a uma troca de mensagens constante, ambos passam a fazer parte da vida um do outro sem sequer terem se conhecido. São grandes amigos que não pretendem ou até temem se conhecer. Leo e Emmi constroem um universo para eles dois através desse mundo virtual que acaba se tornando mais forte que a realidade.
----------------------------------------------------------------------------------------------

Quero começar falando da capa.
A minha capa é esse da imagem acima, que tem todos os elementos para me fazer desgostar. Eu olho para ela e vejo um capa feio. Esses computadores, com os balões. E inexplicavelmente, eu gosto muito dessa capa em tons de cinza e rosa. Ela me atrai. Consegue isso tanto quanto a linda primeira capa em preto e branco, ou quanto a nova capa que achei maravilhosa (mesmo que eu não ache ela adequada para ser analisada antes da leitura). Eu não consigo assimilá-la racionalmente, ele forma um contexto abstrato que dá prazer ao meu cérebro.

Eu escolhi falar da capa porque esse livro é cheio das sutilezas inexplicáveis. Como a atração que essa capa exerce sobre mim.

Eu achei que iria amar o livro. Eu comecei adorando, eu continuei adorando e só não terminei enforcando a mim mesma e ao livro em cordas separadas, porque eu vi que há uma continuação. Sério. Eu preciso avisar você que possa pretender ler o livro para que não pense em coisas drásticas como eu.
Não se preocupe que não vou me ater ao final. Mas é que eu acho que... bem, você vai sentir um sentimento de gritar "Por favor mais um capítulo!!!!"

A escrita do autor é realmente uma delícia. As páginas voam e não devemos creditar isso a linguagem rápida dos e-mails. Afinal, um e-mail jamais foi tão primoroso quanto um escrito por Leo.
Porque:
1) Mesmo eles escrevendo apenas duas linhas ele faz meu coração disparar.
2) Mesmo que ele esteja escrevendo para outra pessoa (Emmi) ele faz meu coração disparar.
3) Mesmo quando ele não escreve linha alguma (para Emmi) ele faz meu coração disparar.

(...) Eu não sei se você é como aquele que escreve. Mas se você for apenas uma parte daquele que escreve, então você já é alguém muito especial.
p. 101


Eu beijo do mesmo jeito que escrevo.
p. 179

Eu fiquei completamente apaixonada pelo diálogo dos dois que buscam um no outro o refúgio de suas vidas.
Leo está vivenciando um momento não muito mágico da vida, Emmi vive o que parece a todos (e até a ela mesma) uma vida de um casamento perfeito (ou tão perfeito quanto real possa ser).
No entanto, ambos não poderiam se dar conta que ao abrir seus sentimentos para alguém que não se conhece poderia-se criar um elo tão forte. Eles não se conhecem, mas ao mesmo tempo conhecem um ao outro intimamente. E também desconhecem o íntimo um do outro porque criaram uma imagem do seu interlocutor.

(...) Ela se chamava Marlene. Há apenas três meses eu teria dito: ela se chama Marlene. Hoje... ela se chamava. Depois de cinco anos de presente sem futuro eu finalmente me deparei com o imperfeito. (...)
p. 20

Parece confuso, só que é apaixonante. Tão apaixonante que os personagens iniciam o flerte, eles querem um na vida do outro mais que qualquer coisa. Porém a insegurança de transformar a perfeição que é este relacionamento em algo ligeiramente inferior os faz vacilar constantemente em sentarem cara a cara.

(...) Diferente de nós, Emmi: nós começamos na linha de chegada, e só há uma direção: a de volta. Nós caminhamos para a grande desilusão. Não podemos viver o que escrevemos. Não podemos substituir as muitas imagens que criamos um do outro. (...)
p. 136

É um daqueles livros que virou queridinho, pelo qual eu me enamorei e também odiei. O qual já estou com vontade de reler só de ficar relembrando ao escrever. Certamente espero uma continuação digna.

É para os curiosos quanto ao titulo da postagem, eu diria que Quando sopra o vento norte é um título maravilhoso e poético que reflete brilhantemente o texto e a relação expressa nele (referindo-se a uma passagem dos diálogos). Ainda assim, @mor é um título que comercialmente reflete muito mais o chafariz da história. Gosto dos dois, porque se complementam.

Leiam!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Minima Color Base por Layous Ceu Azul & Blogger Team