26.2.14

[Resenha] Branca de neve tem que morrer - Nele Neuhaus





Título: Branca de neveve tem que morrer
Título original: Schneewittchen muss sterben
Autor(a): Nele Neuhaus (site)
País: Alemanha
Ano publicação original: 2011
Editora: Jangada
Páginas: 472




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(4/5)

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Aí está um livro que há anos quero ler. Que desde que vi a resenha da Aione fiquei alucinada e decepcionada com o preço alto. Até que pude ganhá-lo de aniversário e conferir um policial bem diferente do que eu esperava.
Curiosamente, descobri ao fazer a resenha que na Alemanha estão gravando uma adaptação desde o ano passado.
Esse foi o livro escolhido por mim para esse mês no desafio Bola da leitura: policial da Alemanha.
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Breve sinopse

Tobias Sartorious cumpriu por dez anos sua pena, por dois assassinatos que não se recorda de ter cometido, que sequer tem a certeza de que os cometeu. No entanto o pequeno vilarejo de Altenhain não parece ter dúvidas e não aceita a volta do assassino.
Os policiais Pia  Kirchhoff e Oliver Von Bodenstein se vem investigando a descoberta de um esqueleto encontrado e a tentativa de um homicídio a uma mulher. Assim eles descobrem que tudo pode estar relacionado ao crime de Tobias e que há muitos fios soltos nesse novelo.
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Ele não disse "até logo". Ninguém que sai da prisão diz "até logo". Nos últimos dez anos, imaginou inúmeras vezes o dia de sua libertação. Agora era obrigado a constatar que, na verdade, seus pensamentos sempre iam apenas até o momento em que ele passava pelo portão rumo à liberdade, e esta, de repente, lhe parecia ameaçadora.
p. 9

Nele Neuhaus é uma excelente autora.
Fico triste em saber que o único romance dela publicado no Brasil é na verdade o quarto caso dos dois investigadores do livro. Visto que, durante a leitura, fica nítido que ambos trabalham junto há algum tempo, entretanto a história parece mais centrada no caso, mesmo que haja uma boa parte do livro dedicada a trabalhar as histórias pessoais dos personagens, incluindo os investigadores.

O livro é dividido em dias. Cada dia é um novo dia de narração nas diferentes vidas dessa história.
São diferentes vidas porque muitos personagens roubam a cena, o que pode causar um certo estranhamento no início até acontecer a familiarização com todos. Em especial pela narrativa ser em terceira pessoa acompanhando o foco de diferentes personagens.

Temos Tobias que acaba de deixar a cadeia, descobrindo que sua prisão arruinou a vida de seus pais e que as pessoas do vilarejo não parecem dispostas a recebê-lo de volta. Sua única companhia é a melhor amiga que virou Nadja, a atriz de televisão.
Um enorme suspense está no fato de Tobias não saber se realmente foi o culpado pelos assassinatos, já que ele não se recorda de nada.

Acompanhamos um pouco de Thies, irmão autista do melhor amigo de Tobias, filho do ricaço da região. Thies fez amizade com Amelie, uma jovem que veio morar com o pai e a madrasta até alcançar a maioridade. Ela não se ajusta bem a população local, mas fica muito interessada em entender melhor a história de Tobias. E lembra imensamente uma das jovens assassinadas: Stephany, a branca de neve.

Então, após a libertação de Tobias fatos estranhos passam a acontecer. Tentam matar sua mãe e o corpo de uma das jovens é encontrado. Ao mesmo tempo, parece haver uma conspiração para que Tobias abandone a região.

Confesso que eu realmente me encantei foi com o desenvolvimento das investigações e como isso caminhava juntamente com o caos da vida particular dos investigadores.
Esse aspecto de realidade também me agradou no Tobias, que parece um adolescente já que se tornou um adulto na cadeia.

A autora também consegue escrever um thriller que confunde o leitor, enchendo-o de certezas para depois criar novas situações. Posso adiantar que ela esmiúça o caso num grau que eu não esperava.
Essa questão foi tanto positiva quanto negativa para mim, justamente a resolução do caso, seus desdobramentos, os níveis profundos a que chega tentando surpreender e confundir o leitor foi o único ponto que eu desgostei. Achei que ela acabou largando o aspecto real que tanto tinha me agradado para uma enrolação novelesca. A cada página surgia algo mais e começou a ficar forçado. Em especial as cenas com relação ao Tobias.

Mesmo isso não conseguiu me fazer desgostar do livro, logicamente. E eu já recomendei para algumas pessoas, emprestando meu exemplar para minha mãe.

Quem já leu o que achou? Também estão ansiosos para publicarem os demais livros da autora por aqui?

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