12.3.14

[Resenha] A garota que eu quero





Título: A garota que eu quero
Título original: Getting the girl
Autor(a): Markus Zusak
País: Austrália
Ano publicação original: 2001
Editora: Intrínseca
Páginas:176






(3/5)

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Livro que escolhi para março no Desafio Bola da leitura. Definitivamente um livro que comprei pelo autor, sem sequer considerar nada mais.

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Breve sinopse
Cameron Wolfe é o caçula de três irmãos, e o mais quieto da família. Não é um sério astro do futebol ou um brigão charmoso, mas possui a força de amar e descobre o prazer das palavras. Tudo que ele quer é uma garota, como qualquer adolescente, porém ele deseja ter uma garota para amar, enquanto não consegue o que quer ele escreve.
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Comecei a leitura encantada com as palavras do autor. E não poderia ser diferente. 
As frases curtas, vindas da alma do adolescente. O cotidiano assume significados surpreendentes na combinação de palavras proposta por Zusak.
Cameron faz poesia com sua adolescência, o fato de ser ocultado pelos irmãos, pelo seu desejo de poder tocar uma garota, de poder tocar também a alma de uma garota, de ser  mais do que é, de ajudar seu pai no trabalho e caminhar sentindo a cidade.
É um daqueles personagens diferentes e excêntricos que tocam o leitor. O mesmo pode ser dito da Octavia, com seu nome diferente, sua gaita e seus picolés de cerveja.

Um trem passou a toda, e eu tive a sensação de ouvir a cidade inteira nele.
Veio na minha direção e depois deslizou para longe.
As coisas sempre parecem deslizar para longe.
Chegam até a gente, ficam por um momento e tornam a partir.
Naquele dia, o trem pareceu um amigo e, quando foi embora, senti alguma coisa dentro de mim tropeçar. Estava sozinho na rua e, embora continuasse sereno, a breve felicidade havia acabado e uma tristeza me dilacerou, bem devagar e com determinação. As luzes da cidade brilharam no ar, estendendo-me os braços, mas eu sabia que elas nunca me alcançariam de verdade.


p. 13

Eu gostei muito desse aspecto e do próprio romance em que o Cameron se envolve.
Curti também as atitudes tomadas pelo personagem com relação aos percursos da vida, ele é um fofo.
Só que "o roteiro do livro" me deixou sentindo falta de algo. Eu não sei bem o que é, a sensação apenas de que a história poderia ter sido mais. E isso pode se dever ao fato de o personagem passar a ideia de que poderia ser mais.
É um livro comovente como seria esperado pelo autor, só que parece que ele não teve muito tempo para se dedicar e acabou entregando "a redação do jeito que estava", já que "bateu o sinal".

De qualquer modo é uma leitura válida, com passagens reflexivas. E eu achei alguns dos textos do Cameron muito interessantes.

Aviso também que o fato de haver um primeiro livro falando sobre outro irmão Wolfe não me parece afetar em nada na leitura do mesmo.
Não é um livro que cabe em uma sequência, é a história de um personagem e extremamente introspectiva, mesmo que fale sobre ou demas a sua volta.

A gente pode fazer qualquer coisa quando não é real.
Quando é real, não há nada para conter a queda. Nada entre você e o chão, e, naquela noite no parque, eu nunca me sentira tão real. Nunca me sentira tão sem controle. Parecia ser como era e como sempre seria.


p. 76

Quem mais leu? Também tiveram as mesmas impressões?

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