5.3.14

[Resenha] Will & Will






Título: Will & Will - um nome, um destino
Título original: Will Grayson, Will Grayson
Autor(a):  John Green, David Levithan
País: EUA
Ano publicação original: 2010
Editora: Galera Record
Páginas: 352




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(5/5)

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Ahh que adoro John Green, posso dizer com segurança após seu terceiro livro lido. E eu estava ansiosa pela leitura desse pelo próprio tema. Fiquei angustiada tentando comprar mais barato desde que a Nanda recebeu e resenhou.

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Breve sinopse

Will Grayson é um adolescente que procura viver com duas regras: 1. Não se importar muito com nada e 2. Calar a boca. Nem sempre ele consegue cumpri-las, mas atura há muitos anos seu melhor e maior amigo Tiny Cooper. Will Grayson é extremamente dramático, depressivo, tem Maura como quase única amiga e seu maior desejo é Isaac. Em uma noite em Chicago, ambos Will Grayson se encontram.

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Quando eu era pequeno, meu pai costumava me dizer: "Will, você pode escolher a dedo seus amigos e pode meter o dedo no próprio nariz, mas não pode meter o dedo no nariz do seu amigo. " Essa observação me pareceu razoavelmente perspicaz aos 8 anos, mas acabou se mostrando incorreta em alguns aspectos.  Pra começar,  não é possível escolher a dedo os amigos,  ou eu nunca teria acabado com Tiny Cooper.
p.9

Começo por um grande defeito da tradução do título. Curtiria mais se mantivessem o nome e sobrenome, mas queria especialmente entender quem inventou esse subtítulo despropositado??

Digo isso porque sim, temos  história de dois personagens que possuem o mesmo nome e sequer se conhecem. Eles parecem não ter muito em comum, não vivem sequer na mesma cidade. Porém, são adolescentes, têm uma certa dificuldade de lidar com as pessoas e o tal destino decide colocá-los cara a cara.
Porém não deixe se enganar com o tal "um destino" do subtítulo, porque quando soube que era um YA com personagens homossexuais, eu achava que em algum momento o destino transformava os dois em um casal. Como casais de gêmeos, sabe? Pois é, desculpa contar antecipadamente que esse destino se resume ao encontrar alguém com o mesmo nome que o seu. Logicamente há mais sequência, mas não espere como eu uma outra história.

Os capítulos se alterna na visão de ambos os Wills, sem sequer um aviso no nome do capítulo. Porém basta ler algumas linhas para se dar conta de que "peraí! quem é esse aí? ah.. o outro will". É bem assim, porque os capítulos são narrados em primeira pessoa e essas duas pessoas possuem um modo de se expressar bem diferente. Até a própria escrita muda. E eu acho que isso foi essencial no livro e é ponto alto ter sido escrito a duas mãos. Ops, a quatro mãos se acharem melhor.


quando as coisas se quebram,  não é o ato de quebrar em si que impede que elas se refaçam. é porque um pedacinho se perde - as duas bordas que restam não se encaixam,  mesmo que queiram. a forma inteira mudou.
p. 201

O enredo não apresenta nada de excepcional. É uma história sobre adolescentes. Só que é uma ótima história sobre adolescentes.
Embora eu sempre curta personagens melancólicos e auto-destrutivos, o Will assim me incomodou um pouco no começo. Não a ponto de irritar a leitura, mas de querer sair de perto do personagem.
Entretanto ele me pareceu muito adolescente. Aquele com problemas, com grandes problemas, que é inteligente só que parece curtir um pouco esse buraco onde ele foi cair. Ele usa isso o tempo todo para viver e fazer sua personalidade. Ele precisa ser 'escroto' com a vida. Ele precisa ter uma boca de esgoto e uma mente ainda mais imunda. E sabe o que eu não esperava? Um amor tão doce vindo desse personagem. Ele me pareceu absolutamente real. E adolescente.


todos os tipos de comemoração inundam meu cérebro,  o amor é muito uma droga.
p.83

Eu me identifiquei muito foi com o Will inicial. De Chicago. Adorei conviver com ele e com seu amadurecimento.
Adorei ficar revoltada com Tiny junto com ele. E só desgostei do fato de Tiny ser um gay "ultramegadesmunhecado". Comecei a leitura achando que não me agradaria ver um livro que novamente abordasse a homossexualidade com esses estereótipos. Ainda assim, os autores conseguiram não me desanimar e me agradar com o gigantesco gay (ele me lembrou o personagem de Meninas Malvadas) que joga futebol, é promíscuo e quer se tornar astro Broadway. É excessivo. É Tiny. E vocês entenderão quando lerem.

- Quando você namora alguém,  tem os indicadores pelo caminho, certo? Vocês se beijam,  têm A Conversa, dizem as Três Palavrinhas,  vocês se sentam em um balanço e terminam. Pode-se assinalar os pontos em um gráfico. E vocês checam essas coisas um com o outro pelo caminho: Posso fazer isso? Se eu disser isso, você dirá também?
"Mas com amigos,  não tem nada assim. Estar em relacionamento,  isso é algo que você escolhe. Ser amigo, isso é simplesmente algo que você é."

p. 293

De modo geral eu fiquei apaixonada pela história, me surpreendeu bastante (mesmo não sendo uma história muito diferente). Teve seus exageros, mas são aceitáveis já que John Green precisa sempre causar impacto de algum jeito.
Eu simplesmente gamei na Jane. Achei ela uma personagem incrível, tudo na medida sabe. Ela possui dúvidas, é uma boa amiga e um exemplo a seguir, erra, acerta... Uma fofa! E achei maravilhosa a frase de início sobre enfiar dedo no nariz dos outros. Isso exige uma cumplicidade infinita.

Leiam, leiam, leiam!!! Riam e chorem.


*Essa postagem foi programada. Estou sem computador, então desculpem se eu não responder imediatamente os comentários.

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