20.5.14

[Resenha] Garota exemplar







Título: Garota exemplar
Título original: Gone Girl
Autor(a):  Gillian Flynn
País: EUA
Ano publicação original: 2012
Editora: Intrínseca
Páginas: 448




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(5/5)

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Eu achei interessante a proposta do livro quando foi lançado, mas confesso que não fiquei extremamente animada em sair comprando. Eu na verdade sequer pretendia comprar.
Aí vi a resenha da Nanda e ele foi considerado o número um do TOP 10 dela de 2013.
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Breve sinopse

Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi.
Em capítulos alternados acompanha-se os relatos de Nick sobre o desaparecimento e as buscas, e o diário de Amy que narra o romance de ambos desde o dia que se conheceram.
Será o marido o culpado? Se não for, o que teria acontecido?

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(...)Por que não é esse o objetivo de todo relacionamento? Ser conhecida por outra pessoa, ser compreendida? Ele me entende. Ela me entende. Essa não é a frase mágica?
p. 40

Comecei devorando o livro praticamente assim que chegou.
Eu já havia encomendado e tinha surtado na Turnê Intrínseca porque a sensação qe estava tendo é que o rapaz da editora estava me contando toda a história.
A verdade é que ele estava sendo pouco genérico, mas basicamente o que ele falou era a premissa do livro.

Garota exemplar é dividido em duas partes. Em ambas as narrativas são alternadas, tendo ora Nick contando a história, ora Amy.
Com a divisão de narrativa vamos tentando acompanhar o enredo, buscando compreender o que aconteceu e mais do que isso, entender a relação estranha desse casal. E o sumiço de Amy na manhã do quinto aniversário de casamento.

Um palhaço próximo encheu um balão em forma de animal, um homem comprou uma rosa, uma criança lambeu uma casquinha de sorvete e nasceu uma verdadeira tradição, uma que eu nunca esqueceria: Amy sempre se emprenhando exageradamente, eu nunca, jamais, valendo o esforço. Feliz aniversário de casamento, cretino.
p. 29
Nick me amava. Um tipo de amor com oito as: ele me amaaaaaava. Mas ele não amava a mim, eu mesma. Nick amava uma garota que não existe.
p. 244

Digamos que embora Nick tenha um jeitão de 'cara perfeito para casar' e que Amy seja a filha de um casal de psicólogos que inventou a série (fictícia) de sucesso nos Estados Unidos chamada Amy exemplar, bom, eles demonstram que um casamento não é uma relação fácil.
Vemos um Nick extremamente irritado com uma Amy que busca uma perfeição no relacionamento. Que todos os aniversários de casamento faz uma caça ao tesouro (inspirada na que seu pai faz para sua mãe) com pistas sobre o ano vivido por eles. Com pistas que Amy julga serem óbvias e sobre momentos que ela acredita terem sido importantes.
Já Amy dá as caras como uma mulher um pouco inflexível, mas que se esforça ao máximo para não seguir os padrões "ruins" de esposa. Ela deixa seu marido ser livre, suprime as mágoas quando ele não se mostra o antigo príncipe e até mesmo procura de todo modo aceitar a mudança da cidade que tanto ama: Nova York. Aceita até mesmo ceder dinheiro para que ele abra um negócio que o afasta ainda mais dela.

Então Amy some. E somos colocados num labirinto confuso sobre o que aconteceu nessa relação estranha. Será que alguém a raptou? Será que Nick surtou e matou a esposa? Será que ela decidiu fugir do marido? Nick está mentindo?

Ele faz uma pausa e sei que está prestes a mentir. O pior sentimento: quando você tem simplesmente que esperar e se preparar para a mentira. Nick é antiquado, ele precisa de sua liberdade, não gosta de se explicar. (...)
Ele começa sua mentira. Eu nem presto atenção.
p. 177
- Desde que Amy desapareceu, tudo o que você fez foi mentir. Isso faz com que eu me preocupe. Com o que está acontecendo.
p. 222

Você estabelece o tempo todo novas hipóteses na sua cabeça, porque não é apenas a alternância dos pontos de vista que te confunde. Nick narra a história demonstrando que esconde fatos, e também revelando uma faceta ruim. Amy pode até tentar se fazer de coitada no seu diário, mas se mostra pouco ingênua e de temperamento forte.

A verdade é que não posso falar demais sobre o livro, porque 50% da grandiosidade dele está nessa briga de opiniões. No suspense que se imbrica com pequenas revelações.
Os outros 50% são especialmente pela engenhosidade da autora na construção dos personagens e duma proposta que realmente pode fazer muitos torcerem o nariz para o tema, mas que é BRILHANTE!
Ela consegue ir fundo na alma humana e pode ter certeza de que ela vai achar algo bem podre e fedido que todo mundo sempre tenta esconder.

(...) Ela estava desaparecida, e no entanto estava mais presente do que qualquer outra pessoa. Eu me apaixonara por Amy porque eu era um Nick aperfeiçoado com ela. Amá-la me tornava sobre-humano, fazia com que eu me sentisse vivo. (...)
p. 237
(...) e penso: Esse homem talvez me mate.
Então, se você achar isso aqui e eu estiver morta, bem...
Desculpe, não tem graça.
p. 227

Acho essa leitura simplesmente imprescindível para quem consiga manter os nervos levemente nos eixos.

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