21.11.14

[Natela] A esperança - parte 1

Que dúvida que novembro, além de ser um mês maravilhoso pelo meu aniversário, seria memorável por conta da estreia de A esperança - parte I. Já aviso de antemão que ando cansada de divisões para últimos filmes de séries de livros, sei que rendem mais dinheiro de bilheterias, mas podem também estragar um filme.






A esperança: parte 1 (The Mockingjay: part 1)
2014 / Francis Lawrence / 139 minutos


Após ser resgatada do Massacre Quaternário pela resistência ao governo tirânico do presidente Snow (Donald Sutherland), Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) está abalada. Temerosa e sem confiança, ela agora vive no Distrito 13 ao lado da mãe (Paula Malcomson) e da irmã, Prim (Willow Shields). A presidente Alma Coin (Julianne Moore) e Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman) querem que Katniss assuma o papel do tordo, o símbolo que a resistência precisa para mobilizar a população. Após uma certa relutância, Katniss aceita a proposta desde que a resistência se comprometa a resgatar Peeta Mellark (Josh Hutcherson) e os demais Vitoriosos, mantidos prisioneiros pela Capital.

Como eu disse no início, acho que o pior defeito é a história ter sido dividida. Mesmo a divisão tendo ocorrido no momento que eu considerava mais adequado, a impressão que temos ao terminar o filme é de que terminamos de assistir Em chamas. A mesma expectativa frustrada de tentar realmente compreender o que está acontecendo.

Porém, sim, o filme agradou muito. Mesmo estando um caco depois de muitos dias sem sono decente, eu e o Diego fomos na quarta a noite conferir uma sessão às 22h... achei que os dois cairiam no sono independente de desejo. Só que comecei a chorar e me remexer na cadeira, e o sono foi embora mesmo que eu não tivesse me entupindo de pipoca.

O terceiro filme da série começou já se mostrando com uma carga diferente dos anteriores. Eu recordei uma cena que Prim diz a Katniss no anterior, que dá para sentir que as pessoas estão diferentes. E você nota isso não apenas porque sabe de tudo que aconteceu, ou porque vemos o Distrito 12 aniquilado. Há um sentimento de tensão, de algo prestes a explodir que atravessa as telas. Está na iluminação utilizada, na expressão dos personagens. E eu achei o tom de Katniss ideal, ela não sabe se está preparada para essa revolução, essa revolução que ela compreende sobre atos que ela acha injustificáveis. Só que ela é uma menina destruída, perturbada por toda essa crueldade, preocupada com quem ficou para trás e com sua família.

Preciso dizer que isso é o que mais me faz gostar da protagonista. Katniss oscila entre o egoísmo e o bem geral. Ela é humana. Ela não quer que as injustiças ocorram, se esforça para fazer o seu... mas esbarra no "egoísmo" de fazer primeiro o bem a quem ela ama. Talvez eu esteja sofrendo nesse momento das pedras atiradas contra mim, mas é meu modo de enxergá-la e é sua grande chama. É como quando perguntam "quando foi que Katniss conseguiu emocionar vocês?". Ela nos emociona não porque age como DEVE agir, ou por ser uma pessoa PERFEITA. Ela consegue em determinados momentos se abrir e revelar essa confusão de sentimentos e ideais que perpassa a cabeça de tantos. Jennifer Lawrence tem levado a "minha" Katniss para as telas.

Ainda assim a transformação dela no símbolo da revolução é a parte central desse longa. E  é aqui que o filme consegue brilhar sobre o livro. Sim, soltem fogos! Porque chovem novas críticas e alfinetadas, quando vemos Plutarch arquitetar a revolução através da imagem de Katniss, dos discursos da presidente Alma. A propaganda, a mídia, o uso das palavras e da imagem trabalhando para o controle de ideias e ações.
Prestem muito atenção em cada palavra proferida pelo maravilhoso Philip Seymour Hoffman.

Os atores estão melhorando ainda mais a conexão com seus personagens. Prim é a Prim das páginas do livro, com uma doçura e uma maturidade que sua irmã custa a enxergar. Haymitch é... Haymitch. Sempre nos surpreendendo com o que parecia ser mais uma alienação.

Achei também especial a inclusão de Effie, que está vinculada a essa questão da imagem e ao controle através da propaganda. Uma personagem que não faz parte do contexto original e que além dos sorrisos nos rende maiores emoções.
Mas o que dizer de Finick. Eu senti uma conexão ainda mais forte com a história através do personagem. Dos olhos do ator Sam Claflin (suspiros) expressando toda angústia do momento. De como ele conseguiu transformar a cena das revelações do Snow no que ela realmente era. Ao olhar para ele víamos o exterior de um rapaz que aprendeu a viver entre as víboras, e que carrega lá dentro toda uma memória.

Pela terceira vez repito que essa quebra do filme deu uma quebra ABSURDAMENTE ESTÚPIDA E DESNECESSÁRIA ao decorrer da história. Ela quebrou o clímax e transformou esse filme numa introdução do que está por vir. Não é muito empolgante pagar para ver duas horas de introdução.
Ainda assim, valem a pena sim por todos os motivos elencados. Eles conseguiram fazer um bom filme, não conseguiram foi aliviar nossa vontade de ver Jena Malone na telona com apenas alguns míseros segundos de aparição.
#queremosJohanna

Quem foi, o que achou?


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