13.1.15

[Resenha] Tudo menos normal - Nora Raleigh Baskin







Título: Tudo menor normal
Título original:  Anything but typical
Autor(a):  Nora Raleigh Baskin (site)
País: EUA
Ano publicação original: 2009
Editora: Novo século
Páginas: 192




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(4/5)

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Sabe aqueles livros que a gente compra baratinho, nem sabe do que é, por impulso mesmo. Foi assim, gostei do título e li a sinopse. Achei que não custava nada adicionar ao carrinho... Acreditava que levaria muito tempo para ler, mas ainda bem que eu decidi dar a chance a essa linda escrita.

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Breve sinopse

Jason Blake é um menino de doze anos. E autista.
A vida não é fácil quando fora e dentro dele os mundos são diferentes. Mas ele tem o Storyboard como uma comunicação e aprece que pela primeira vez ma garota o nota.
Phoenixbird, ou Rebecca, pode estar prestes a deixar de ser uma amiga apenas virtual. Conseguirão lidar com isso?
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A maioria das pessoas gosta de falar em seu próprio idioma.
Elas realmente preferem isso. Preferem tanto que, mesmo quando vão a um país estrangeiro, usam a própria língua, falando mais alto ou mais devagar, porque acham que assim serão compreendidas.
(...)
Então, tentarei contar essa história dessa forma.
(...) no seu idioma.


p. 9

As primeiras páginas já me deixaram encantada com a escrita da autora e abordagem dada por ela. Jason é um autista e ele nos conta uma história. O mais incrível é o modo como parecemos entrar dentro da cabeça de alguém e enxergando o nosso mundo.
Digo nosso mundo porque Jason mostra como o mundo dos neurotípicos (nós) engole aqueles que são diferentes, sem buscar compreender a possibilidade de outras formas de se relacionar com o mundo.

Não sei como foi o processo para a criação do personagem, nem tenho como saber se realmente é assim para um autista. Porém senti uma compreensão a partir do que conheço sobre o autismo e o que observo nas pessoas assim. Deste modo, o resultado me pareceu extraordinário. Delicado e com uma sagacidade que desperta o leitor.

Mas a coisa que as pessoas mais veem é o seu silêncio, porque alguns tipos de silêncio são, na verdade, bastante visíveis.
p. 11

Uma das questões mais complicadas no autismo é a comunicação. A história de Tudo menos normal é contada justamente desta perspectiva. Jason se comunica com o mundo através de suas histórias publicadas no site Storyboard. E lá ele fica conhecendo Phoenixbird, uma menina (ele nunca tem mutia certeza, mas dessa vez ele tem) que se encanta com seu texto e pede apra ele palpitar no texto dela. Ambos viram amigos.

O mundo realmente parece se transformar um pouco para Jason, porque agora ele tem alguém ali. Só que tudo se torna desespero quando ele descobre que pode encontrá-la pessoalmente. Definitivamente ele não quer pôr tudo a perder.

Toda palavra que você escolhe significa algo que você acha que significa, e mais.
Como, por exemplo, se uma pessoa é diferente, isso é uma coisa boa.
Mas se ela tem um defeito, isso não é.

p. 80

Como uma bom romance adolescente atual, a linguagem é fluida; e o enredo conta com homossexualidade, conflitos familiares e escolares, romance, dores e dúvidas... ou seja, bem completinho.

Esse é um daqueles livros que você quer riscar inteirinho e fazer anotações para refletir sobre as falas. Sobre as situações.
São cotidianas e profundas. Como quando Jason fala sobre como algumas letras juntas podem mudar o destino das pessoas ou como os outros se relacionam com ela. Ou sobre ser pressionado a dizer que ama o irmão recém-nascido e dizer exatamente o contrário, mas depois dividir os doces momentos ao lado dele. O silêncio compartilhado. Ou as gargalhadas após defendê-lo.

Todos meus mundos estão colidindo.
Eu nunca quis que acontecesse assim.
p. 122

São poucas páginas que eu gostaria de estender, saber mais, ficar mais tempo com os personagens.
Fiquei contente apenas de ver como a autora conseguiu conduzir de modo realístico e ao mesmo tempo delicado até mesmo o fim.

Escrever é tudo que temos.
p. 182

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