11.3.15

[Resenha] A síndrome E - Franck Thilliez





Título: A Síndrome E
Título original: Le Syndrome E
Autor(a):  Franck Thilliez
País: França
Ano publicação original: 2010
Editora: Intrínseca
Páginas: 368




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(5/5)

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Eu estava supercuriosa para conferir os livros do autor desde que vi a resenha de Gataca no Viagem literária. Porque eu achei que era relacionado ao filme. E aí, acabei revendo outras resenhas e querendo adquiri-los.
Divido com vocês minha primeira e ótima experiência

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Breve sinopse

Um estranho caso vem atrapalhar as férias de verão de , tenente de polícia em Lille. O ex-namorado da tenente Lucie Hennebelle ficou cego depois de assistir a um filme anônimo e enigmático, concebido por uma mente doentia.
Franck Sharko, analista comportamental na Divisão de Repressão à Violência, está na Normandia com cinco cadáveres não identificados encontrados enterrados em uma obra. Surpresa: sem os cérebros e os olhos.
Segredos ocultos no estranho filme revelam a relação entre ambos os acontecimentos que se mostram apenas a ponta de um mistério ainda maior que envolve um mal: a síndrome E.
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Lucie desviou o olhar, trincando os dentes. Tarde demais, a imagem a golpeara em cheio, o que despertou sua raiva. Nada tinha contra os filmes B de terror - muito pelo contrário, costumava alugá-los, sobretudo nas noites de sábado -, mas abominava aquela maneira de proceder: despejar o insustentável sem dar ao espectador a menor chance de evitá-lo. \era vil e covarde.
p. 30

A síndrome E é o primeiro livro do que se torna uma série de casos do comissário Franck Sharko.

Tudo se inicia quando Ludovic Sénéchal consegue adquirir uns bons filmes de um colecionador recém-falecido. Uma das películas sem título apresenta uma peculiaridade que lhe causa uma cegueira. No desespero de buscar socorro, acaba telefonando para sua ex-namorada Lucie Hennebelle.

Lucie, policial aficcionada pelo trabalho interrompe as férias quando as revelações desse intrigante filme começam a se revelar, mostrando que a cegueira de Ludovic não é o mais surpreendente. Outras pessoas estão atrás da película, pessoas que estão dispostas a matar brutalmente e por razões que ela ainda desconhece.

Na primeira oportunidade de obter algumas respostas, ela descobre que tudo pode estar relacionado com o caso de alguns corpos recentemente encontrados na Normandia, corpos que tiveram os olhos e o cérebro retirados. Caso que o comissário Franck Sharko está realizando consultoria e que também apresenta profundidade maior do que esperava.

Um mistério muito bom!

Primeiro porque a trama é muito interessante, ficamos ligeiramente perdidos numa janela de tempo ampla. O filme que é de 1955, assassinatos que ocorrem em 1994, corpos encontrados na atualidade e assassinatos ocorrendo nesse exato momento.

Temos dois clássicos policiais que fazem da profissão suas vidas, suas gaiolas. Esse clichê e do interesse de um pelo outros foi a única coisa que eu não curti muito. Desnecessário.

Porém, temos em Sharko um personagem incrível. Um policial que sai da rua após uma catástrofe na vida pessoal: a perda da família devido a profissão. É aos poucos que vamos nos inteirando do acontecido, entretanto desde as primeiras páginas vemos sua luta para manter as aparências diante da esquizofrenia.
Ele é um homem inteligente e competente, só que está sempre no limiar.

O tema desenvolvido pela mistério é um prato cheio também. Lidamos com mensagens subliminares, linguagem de cinema e edição, temos o papel da influência da imagem sobre o cérebro, lemos sobre ciência e neurobiologia, de guerra, passamos por uma infinidade de assuntos que permitem fisgar o leitor.

Lucie lembrou-se do filme Minority Report, Era vertiginoso, mas tratava-se da realidade amanhã. Um estupro das consciências. O cineasta de 1955, com suas imagens subliminares, já estava no processo. Talvez houvesse compreendido, muito antes da hora, o funcionamento de certas zonas do cérebro.
p. 154

Fiquei ligeiramente incomodada por ter lido aos poucos, porque eu acaba esquecendo alguns detalhes e lembrando somente quando eles eram retomadas no texto. Porém, achei impossível não manter a conexão com a leitura, seja pelos assuntos abordados (conforme mencionei acima), seja pela elaboração do autor das cenas.

O interessante é que o tempo todo somos colocados diante de cenas fortes, mesmo quando não podemos enxergá-las ou elas são descritas superficialmente, sentimos a densidade da história sem interrupção.

Ao narrar o filme, me senti assistindo-o, do momento em que o olho é cortado ao olhar da menininha. Da agonia das revelações.
Junto eu me abismava com a reflexão do poder de controle do mundo em que vivemos.

Assim como cineasta personagem queria chocar com imagens, me pareceu que Thilliez quis chocar com seu tema e suas palavras. Ela gritava conosco enquanto nos contava sua história: "olhem ao redor! abram os olhos e enxerguem o mundo que domina vocês sem nos darmos conta!!! observem como as diplomacias se estabelecem.".

Não gostaria de falar mais sobre a história porque em policiais, a sequência dos fatos e revelações guarda muito da experiência com o livro.

Porém queria destacar que desgostei muito do fim, o livro teria sido melhor sem o último capítulo. E eu espero que possamos discutir sobre as escolhas que os autores fazem.

Quem já leu ou se interessa pelo assunto?

- O que sabe sobre a Síndrome E?
p. 172

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