1.4.15

[Resenha] Como viver eternamente - Sally Nicholls







Título: Como viver eternamente
Título original: Ways to live forever
Autor(a): Sally Nicholls
País: Inglaterra
Ano publicação original: 2008
Editora: Geração
Páginas: 232



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(3,5/5)

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Eu jamais imaginava um livro narrado por uma criança. Menos ainda por uma criança com câncer e com uma doçura e inocência que tornavam a leitura um prazer.
E o que dizer dessa capa maravilhosa que mostra um dos momentos mais especiais do livro?

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Breve sinopse
Sam tem onze anos, adora fatos, ciência e está escrevendo um livro. Também tem leucemia e com a ajuda de seu amigo Félix ele vai escrevendo esse livro, com suas listas, suas perguntas sobre a vida e a morte. Também vai realizando desejos e nos emocionando. 
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Gosto de fatos. Gosto de saber das coisas. Os adultos nunca entendem isso. Você pergunta "Posso ganhar uma bicicleta no Natal?, e ele vêm com uma resposta meio boba como "Por que não esperamos para ver como você vai estar se sentindo perto do Natal?"
(...)
 Morrer é a coisa mais boba de todas. Ninguém lhe conta nada. Você faz perguntas, e eles tossem e mudam de assunto.
Se eu crescer, vou ser cientista. (...) Vou descobrir as respostas para as perguntas que ninguém sabe responder."
p. 18
Sam é um menino de onze anos que se apresenta para nós na primeira página. Ele nos conta que esse livro foi escrito por ele de 7 de janeiro a 12 de abril, numa coletânea de listas, histórias, fotos, perguntas e fatos. Porque ele adora fatos.
Ele também nos conta que tem leucemia e que provavelmente estará morto quando estivermos lendo o livro.

Ao longo das páginas acompanhamos a história fictícia desse menino que convive com o câncer através de uma espécie de diário.
Sam narra seu dia a dia, os pensamentos, as aulas com a Sra. Willis em casa juntamente com seu amigo Félix. Sabemos das peripécias de sua irmã Bella, de como seu pai reage a doença do filho com um afastamento e introspecção, já sua mãe é a enfermeira amorosa e chorona.

É um livro leve, mesmo que com um cenário bem pesado. Em meio às discussões sobre quebras de recordes, sabemos das sessões com as plaquetas. Ao lermos como os dois amigos se conheceram, sabemos que eles já não suportam hospitais. Ao imaginar a realização dos sonhos de Sam, lidamos com o constante tema da morte e de uma vida que acabará cedo e dolorosamente.

Gostei do modo que ele foi escrito, achei o tema interessante e gostei dos personagens.
Não achei o livro perfeito, talvez até mesmo por já ter lido muitos livros semelhantes de A culpa é das estrelas, passando por Extraordinário até  O livro de Julieta. Há alguns pontos semelhantes em todos, e isso me cansou um pouco, me desprendendo da intensa relação com a leitura.

Ainda assim é lindo, recomendo muitíssimo para as mais variadas idades. A editora fez um trabalho muito bom.

Das questões mais pertinentes levantadas por ele para mim foram as discussões sobre a morte. Evitamos falar da morte porque dói. E quem está o tempo todo recebendo cutucões dela consegue nos fazer refletir um pouco sobre o que fazer com a vida antes dela. Também a não tratar como tabu temê-la. Querer saber se morrer dói, o que acontece conosco, por que nos é permitido sofrer tanto.

PERGUNTAS QUE NINGUÉM RESPONDE - Nº8
Será que o mundo ainda vai continuar aqui quando eu não estiver mais nele?
p. 193

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